Voltar a página principal

Área em construção. Caso alguém possua algum material sobre alguma espécie listada abaixo, favor me enviar por e-mail(ademarmoj@gmail.com). Postarei os devidos créditos.
Para voltar a página principal clique aqui

sexta-feira, 25 de março de 2011

Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758)





A suaçubóia é uma serpente do mesmo grupo das famosas sucuri e jibóia: a família Boidae. Seu nome comum tem origem indígena: suaçu (veado) + bóia (cobra) = cobra-de-veado ou cobra-veadeira.

Amplamente distribuída na América do Sul, habita principalmente florestas, podendo também ser encontrada em áreas alteradas pela ação do homem (áreas antropizadas). No Brasil, a suaçubóia ocorre na Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. Possui corpo esguio e atinge em média 1,5 metro de comprimento, ao contrário de suas “primas” jibóia e sucuri, que alcançam maiores tamanhos e são mais robustas.

Habitos e alimentação

De hábito arborícola (embora eventualmente desça ao chão) e atividade noturna, a suaçubóia tem alimentação variada, que consiste em lagartos, rãs, pererecas, pequenos mamíferos (roedores e cuícas), pequenas aves, e até morcegos. A suaçubóia parece utilizar duas estratégias para caçar suas presas: a busca ativa e a espreita. Na busca ativa, a serpente percorre o ambiente à procura de alimento, enquanto que na espreita ela permanece imóvele camuflada, à espera de uma presa em potencial que cruze o seu caminho.

Florestas compõem o principal hábitat da suaçubóia.

A suaçubóia possui estruturas especiais ao longo das escamas da boca, chamadas fossetas labiais, que auxiliam na busca por alimento. As fossetas labiais são órgãos termossensitivos, capazes de perceber a presença de fontes de calor próximas. Desta forma, mesmo estando sob a escuridão total, a suaçubóia percebe um rato que esteja por perto, devido ao calor do corpo do pequeno roedor, que é captado pelas fossetas.

A suaçubóia é uma serpente não-peçonhenta. Ao capturar uma presa, enrodilha-se em torno dela (constrição) e aperta até causar sua morte por asfixia.

Reprodução

A gestação da suaçubóia ocorre do final do verão ao início do inverno. Vivípara, esta serpente dá à luz de 3 a 24 filhotes no final da estação chuvosa). Uma adaptação evolutiva interessante desta espécie está no fato de os ovários da fêmea ficarem dispostos de forma assimétrica no interior de seu corpo: o ovário direito tem posição anterior em relação ao ovário esquerdo. Tal característica minimiza a distenção do corpo durante a gravidez, permitindo que a serpente continue se enrodilhando e se deslocando por galhos e árvores sem problemas.

Jardineira

Uma característica marcante da suaçubóia está na enorme variedade natural de padrões de coloração presente na espécie, ao qual dá-se o nome de polimorfismo. Existem indivíduos de cores diversas como vermelho, amarelo e verde, além de alguns “malhados”, com coloração cinza e preto, por exemplo. Essa variedade de cores acabou influenciando no nome científico desta serpente. Segundo Linnaeus (também conhecido como Lineu ou Linné) em 1758, a cabeça da suaçubóia estudada por ele possuía manchas que lembravam um jardim! Daí a origem do epíteto específico hortulana (posteriormente modificado para hortulanus), que significa “de jardim” ou “jardineira”.


Henrique Caldeira Costa
Biólogo (CRBio 57322/04-D) e Mestrando em Biologia Animal
Museu de Zoologia João Moojen



Fonte: Museu de Zoologia João Moojen

Nenhum comentário:

Postar um comentário