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sábado, 16 de abril de 2011

Caudisona durissa (Linnaeus, 1758)



A cascavel, boiquira ou maracambóia (Crotalus durissus) é uma serpente muito comum em certas regiões brasileiras e uma das espécies de serpentes mais temidas do mundo. Há no Brasil seis subespécies que são: C. durissus terrificus, C. durissus cascavella, C. durrissus collilineatus, C. durissus ruruima, C. durissus marajoensis e C. durissus trigonicus. A Cascvel durissius terrificus é de coloração esverdeada com pontos ou manchas brancas. A sua distribuição geográfica se estende desde o México até a Argentina, passando pela Bolívia e Paraguai. É uma serpente de fácil identificação, em função do guizo ou chocalho que apresenta na ponta da cauda. É tida como uma das mais mortais entre os ofídios. No Brasil, ela ocupa o segundo lugar entre as mais letais. Não é uma espécie muito agressiva, atacando mais para se defender ou apenas como predadora. Embora ela seja abundante em toda a América do Sul especialmente no Brasil, só representa cerca de 8% dos acidentes ofídicos ocorridos em humanos. Isso se explica não apenas, pelo fato de atacar somente quando se sente ameaçada; mas acima de tudo, porque agita o guizo antes de picar, dando chance a vítima de se defender. Quando está ameaçada, enrola-se quase por completo, deixando a parte anterior do corpo erguida em forma de “S”, com o guizo em movimento, produzindo um barulho audível a metros de distância. O alerta é suficiente para afastar as pessoas e evitar um acidente. Seu bote é seguro, embora não seja dos mais rápidos (2,5 m/segundo), raramente é desperdiçado.
A cascavel possui um arsenal de pelo menos 13 substâncias peçonhentas, que atuam como enzimas digestivas decompondo as proteínas dos tecidos das vítimas ou têm ação tóxica sobre os sistemas nervoso, circulatório e renal. Essas enzimas também atuam como venenos, cansando necrose dos tecidos, levando a vítima à morte. A sua peçonha é uma mistura de proteínas e peptídeos biologicamente ativos, aminas biogênicas e outras substâncias que atuam alterando diversos processos fisiológicos (Markland, 1998). Ela tem ação neurotóxica, miotóxica, nefrotóxica, coagulante, anticoagulante, além de ação hemolítica in vitro. A ação miotóxica causa lesões nas fibras musculares, produzindo inchaço e a sua ruptura. A ação neurotóxica deixa as vítimas com paralisia facial e das pálpebras, fazendo com que muitos acreditem que o a peçonha causa cegueira. O efeito nefrotóxico deixa as pessoas com “cara de bebum”. Uma enzima chamada fosfolipase A2, tem efeito devastador sobre os tecidos, causando-lhes não apenas inflamação, mas também é responsável pelos efeitos citotóxico, miotóxico e neurotóxico. A crotoxina juntamente com a crotamina, convulxina, giroxina, respondem pelos efeitos neurotóxicos causados no organismo, desencadeando sintomas de incoordenação motora, convulsões, salivação e a paralisia de suas vítimas. A crotamina responde pela necrose causada nos tecidos. A crotoxina, principal componente ativo da peçonha, provoca paralisia muscular, respiratória e rompimento das membranas celulares. Ela inibe a liberação de acetil-colina, um neurotransmissor responsável pela transmissão dos estímulos nervosos. Com suspensão da produção de acil-colina, os músculos perdem a capacidade de contração e a vítima fica impossibilitada de reagir fugindo do alcance da serpente. Isso é importantíssimo quando se trata de uma presa; pois, facilita a localização da mesma sem desperdício de energia. Sem acetil-colina, não há transmissão de impulsos nervosos, e a vítima, especialmente a presa, acaba ficando paralisada no próprio local da picada.

Entre os principais sintomas da picada de uma cascavel podem ser citados: fraqueza progressiva, paralisia das pálpebras, alterações visuais podendo culminar com a cegueira, vômitos, diarréia, hematúria, sonolência e morte causada por paralisia respiratória. A falha relha renal também é apontada como uma das principais causas de morte dos pacientes.

A peçonha de uma serpente é constituída basicamente de proteínas Se ela ficar muito tempo sem se alimentar, a produção de peçonha fica prejudicada. O contrário se dá quando ela se alimenta bem.

Os anéis do guizo representam vestígios cornificados, que permanecem após a muda de pele. Mas afinal, onde começa a cauda? Convencionou-se chamar de cauda, à parte da serpente que começa imediatamente após o orifício anal.

A cascavel também possui seus predadores naturais. Entre as serpentes, podemos citar: a muçurana (Pseudoboa cloelia) e a coral-verdadeira, gênero Micrurus.

Hábito alimentar.
Suas presas principais são ratos, pequenos lagartos, pequenos roedores e pássaros. Embora seja de hábitos noturnos, também pode ser vista caçando durante o dia ou se aquecendo durante as primeiras horas da manhã.

Reprodução.
As cascavéis podem hibernar. Nos Estados Unidos da América, elas hibernam durante 5 meses, saindo da hibernação direto para o acasalamento. Mesmo depois de ficarem 5 meses sem comer nem beber, o instinto de reprodução fala mais alto e elas primeiro acasalam, depois saem em busca de alimento. O acasalamento dessa espécie segue o mesmo padrão de comportamento da maioria das espécies de serpentes. Entre os machos, a disputa pela fêmea, gera a dança do acasalamento. É uma luta que tem o objetivo de colocar o perdedor por baixo, dessa forma, a dança pode durar alguns dias. A cópula pode durar um dia inteiro, com algumas interrupções. É uma espécie ovovivípara, ou seja, seus ovos se rompem no oviduto dando origem ao nascimento dos filhotes. O número de filhotes que nasce varia de 8 a 20, com tamanho aproximado de 30 centímetros.

A cascavel é um animal territorial e procura voltar sempre ao mesmo local onde nasceu. As cascáveis vivem até 40 anos.

Fonte: Antonio Alvez de Siqueira - Mundo Rastejante

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